Sexta, 27
Paixão no futebol
Todos nós tivemos sonhos em criança e alimentamos expectativas sobre o que queriamos ser quando crecessemos, sendo que para os rapazes , ser jogador de futebol vencia por larga maioria, tirando alguns sobredotados que viam o futebol como um jogo "estranho e confuso" e outros que tinham uma má "relação" com a ...bola.
Mas esse mesmo sonho cedo se transforma em algo dificil de alcançar, já que somente os predestinados conseguem ter no futebol a sua fonte de rendimento.
Outros há, que embora sejam dotados para este jogo que move multidões e que nos prende quase diáriamente no nosso quotidiano, seja através de jornais, Net ou TV, não sentem paixão pelo mesmo colocando o jogo como um trabalho que gera ....rendimento, tendo em outras actividades a sua verdadeira paixão.
O futebol enquanto modalidade que gera milões, tem os seus aspectos altamente positivos, mas também tem a outra ..."face", que passa pelo factor temporal ( profissão limitada no ..tempo ), vida com enorme exposição ( perca de privacidade ) , não esquecendo o lado fisico, o qual poderá ser factor de afastamento precose ( vide caso...Mantorras ).
Deixo-vos com um artigo do jornal " I " que ilustra na perfeição o que descrevi anteriormente :
Quando for grande não quero ser jogador de futebol
Desgaste físico e psicológico ou falta de privacidade podem ser as causas de uma grande carreira deixar de o ser
Por alguma razão, todos esperamos que as crianças sejam capazes de responder à pergunta: “O que é que queres ser quando fores grande?” As respostas podem ser enigmáticas – “quero ser dinossauro” –, mas geralmente existe um padrão associado aos uniformes. Astronautas, princesas, jogadores de futebol. As pretensões são louváveis, mesmo que as profissões do jardim-de-infância depois não se revelem tão viáveis na vida adulta. Vejam-se os craques da bola que, para além das horas intermináveis de dedicação, precisam de ter a sorte de ser presenteados com uma habilidade excepcional. São poucos os que atingem a excelência e por isso imaginamos ser difícil encontrar jogadores que tirem pouco prazer daquilo que fazem.
Há cerca de duas semanas, Rinaudo, médio argentino do Sporting, veio destruir o mito de que uma pessoa feliz é mais produtiva no trabalho. Numa entrevista à rádio sul-americana 100.3, o jogador, actualmente a recuperar de uma lesão, revelou que só tenciona jogar, no máximo, mais seis anos. “Não sou deste mundo, o futebol é muito dinâmico. Preciso da tranquilidade da minha aldeia, de viver em paz, tomar o meu mate e estar com a minha família.” Há quem defenda que existe um Sporting antes e depois da lesão de Rinaudo, mas o médio de 24 anos não parece assim tão entusiasmado com a função de jogador. “Sempre disse que não queria chegar aos 30 anos ainda a jogar. E se conseguir estabilidade financeira é o que farei.”
Daniel Carvalho, mais conhecido por Dani, não deu tempo ao talento para chegar sequer aos 30. Foi a eterna promessa do futebol português nos anos 90, mas acabou por pendurar as botas aos 27 anos. “Se há alguém a quem assente como uma luva a expressão ‘passou ao lado de uma grande carreira’, esse alguém é o Dani”, disse Oceano, antigo capitão do Sporting, ao “Correio da Manhã”, a propósito do anúncio de fim de carreira do jovem.
Formado nas escolas do Sporting, Dani foi um dos jogadores mais promissores da geração dele. Talentoso, atraente, bem-falante, Dani era também o alvo favorito da comunicação social, mas pelas peripécias fora dos relvados. Incapazes de controlar o jogador, os responsáveis leoninos acabaram por acordar um empréstimo com o West Ham. Em Londres, as famosas noitadas do português resultaram numa dispensa e várias repreensões. Dani ainda passou pelo Ajax, pelo Benfica e pelo Atlético de Madrid, onde pôs um ponto final na curta carreira. “O futebol para o Dani era um hobby. E é preciso amá-lo para que todos os sacrifícios que ele exige não sejam sacrifícios”, comentou Paulo Futre em 2004.
PORQUÊ? É um erro procurar justificações para a aparente falta de entusiasmo de alguns jogadores, principalmente quando não são os próprios a fazê-lo. Não é o caso de Benoît Assou-Ekotto, a quem não falta inspiração dentro de campo, mas que garante sem pudor que o futebol não passa de um trabalho. “Se estiver em França a jogar futebol com os meus amigos, posso dizer que gosto de futebol. Mas em Inglaterra, onde não conheço ninguém nem falo a língua do país… Porque é que vim? Por um trabalho.”
Para Assou-Ekotto, jogador do Tottenham Hotspur, a passagem pela prestigiada Premier League é pouco mais que um emprego, uma forma de ganhar dinheiro. “Não digo que não gosto de futebol, apenas não é a minha paixão. Chego de manhã ao treino e tenho de ser profissional, depois saio e não volto a jogar. No trabalho sou cem por cento profissional, depois sou mais um turista em Londres. Tenho o meu Oyster [passe social] e ando sempre de metro.”
Em 2010, o francês internacional pelos Camarões desmistificava aquilo que para muitos jogadores ainda é um tabu. “Martel [Grevais Martel, presidente do Lens, antigo clube de Assou-Ekotto] disse que eu só tinha vindo para Inglaterra por dinheiro. Mas porque é que os jogadores mudam de clube? Todas as pessoas, quando procuram um trabalho, é por dinheiro. Por isso não percebo porque é que ficam chocados quando digo que jogo por dinheiro – ‘Oh, ele é um mercenário.’ Todos os jogadores são.”
Distinguidos pelo talento excepcional, o futebol acaba por ser a hipótese mais óbvia para estes jovens. “Eu sabia que não gostava de ir à escola, e não queria trabalhar num escritório onde ia ganhar muito pouco, para depois, no fim da carreira, comprar um pequeno apartamento nos arredores”, desabafou Assou-Ekotto.
Por alguma razão, todos esperamos que as crianças sejam capazes de responder à pergunta: “O que é que queres ser quando fores grande?” As respostas podem ser enigmáticas – “quero ser dinossauro” –, mas geralmente existe um padrão associado aos uniformes. Astronautas, princesas, jogadores de futebol. As pretensões são louváveis, mesmo que as profissões do jardim-de-infância depois não se revelem tão viáveis na vida adulta. Vejam-se os craques da bola que, para além das horas intermináveis de dedicação, precisam de ter a sorte de ser presenteados com uma habilidade excepcional. São poucos os que atingem a excelência e por isso imaginamos ser difícil encontrar jogadores que tirem pouco prazer daquilo que fazem.
Há cerca de duas semanas, Rinaudo, médio argentino do Sporting, veio destruir o mito de que uma pessoa feliz é mais produtiva no trabalho. Numa entrevista à rádio sul-americana 100.3, o jogador, actualmente a recuperar de uma lesão, revelou que só tenciona jogar, no máximo, mais seis anos. “Não sou deste mundo, o futebol é muito dinâmico. Preciso da tranquilidade da minha aldeia, de viver em paz, tomar o meu mate e estar com a minha família.” Há quem defenda que existe um Sporting antes e depois da lesão de Rinaudo, mas o médio de 24 anos não parece assim tão entusiasmado com a função de jogador. “Sempre disse que não queria chegar aos 30 anos ainda a jogar. E se conseguir estabilidade financeira é o que farei.”
Daniel Carvalho, mais conhecido por Dani, não deu tempo ao talento para chegar sequer aos 30. Foi a eterna promessa do futebol português nos anos 90, mas acabou por pendurar as botas aos 27 anos. “Se há alguém a quem assente como uma luva a expressão ‘passou ao lado de uma grande carreira’, esse alguém é o Dani”, disse Oceano, antigo capitão do Sporting, ao “Correio da Manhã”, a propósito do anúncio de fim de carreira do jovem.
Formado nas escolas do Sporting, Dani foi um dos jogadores mais promissores da geração dele. Talentoso, atraente, bem-falante, Dani era também o alvo favorito da comunicação social, mas pelas peripécias fora dos relvados. Incapazes de controlar o jogador, os responsáveis leoninos acabaram por acordar um empréstimo com o West Ham. Em Londres, as famosas noitadas do português resultaram numa dispensa e várias repreensões. Dani ainda passou pelo Ajax, pelo Benfica e pelo Atlético de Madrid, onde pôs um ponto final na curta carreira. “O futebol para o Dani era um hobby. E é preciso amá-lo para que todos os sacrifícios que ele exige não sejam sacrifícios”, comentou Paulo Futre em 2004.
PORQUÊ? É um erro procurar justificações para a aparente falta de entusiasmo de alguns jogadores, principalmente quando não são os próprios a fazê-lo. Não é o caso de Benoît Assou-Ekotto, a quem não falta inspiração dentro de campo, mas que garante sem pudor que o futebol não passa de um trabalho. “Se estiver em França a jogar futebol com os meus amigos, posso dizer que gosto de futebol. Mas em Inglaterra, onde não conheço ninguém nem falo a língua do país… Porque é que vim? Por um trabalho.”
Para Assou-Ekotto, jogador do Tottenham Hotspur, a passagem pela prestigiada Premier League é pouco mais que um emprego, uma forma de ganhar dinheiro. “Não digo que não gosto de futebol, apenas não é a minha paixão. Chego de manhã ao treino e tenho de ser profissional, depois saio e não volto a jogar. No trabalho sou cem por cento profissional, depois sou mais um turista em Londres. Tenho o meu Oyster [passe social] e ando sempre de metro.”
Em 2010, o francês internacional pelos Camarões desmistificava aquilo que para muitos jogadores ainda é um tabu. “Martel [Grevais Martel, presidente do Lens, antigo clube de Assou-Ekotto] disse que eu só tinha vindo para Inglaterra por dinheiro. Mas porque é que os jogadores mudam de clube? Todas as pessoas, quando procuram um trabalho, é por dinheiro. Por isso não percebo porque é que ficam chocados quando digo que jogo por dinheiro – ‘Oh, ele é um mercenário.’ Todos os jogadores são.”
Distinguidos pelo talento excepcional, o futebol acaba por ser a hipótese mais óbvia para estes jovens. “Eu sabia que não gostava de ir à escola, e não queria trabalhar num escritório onde ia ganhar muito pouco, para depois, no fim da carreira, comprar um pequeno apartamento nos arredores”, desabafou Assou-Ekotto.
3 comentários:
Pois eu gostaria de ter sido jogador de futebol a sério, eheheheh!
Abraço.
Caro amigo Manuel...
...até eu gostava de ter sido artista da bola .....a sério..lol.
Abraço
Olá
O meu nome é Tiago Wemans e comecei, recentemente um blog sobre futebol, a minha grande paixão.
Resolvi criar um blog - http://ofuraredes.blogspot.com/ - que fale sobre futebol em geral.
Desde já parabéns pelo seu blog do qual sou seguidor assíduo há alguns meses.
Gostava de pedir o favor de por o Fura-Redes na lista de blogs do seu blog pois acho que isso ajudará muito o crescimento do meu blog. Claro que farei a publicidade ao seu blog no meu e na respectiva página do facebook - http://www.facebook.com/OFuraRedes. Vou adicionar o seu blog à minha lista na esperança que faça o mesmo
Obrigado
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